Um menino que vale muito mais do que os 45 milhões de euros pagos pelo Real Madrid ao Flamengo. Conheça o outro lado da história de Vinícius Jr, um garoto simples e de um coração enorme. Confira a entrevista exclusiva que o craque deu a nossa equipe.
Canto do Rio: Você foi trazido pelo pai de um colega para fazer teste aqui no Canto do Rio. Você lembra como foi?
Vinícius Júnior: Lembro sim, claro. Recebi o convite de um pai que me viu jogando na escolinha, quando eu tinha seis anos. Na época, era muito pequeno, não pensava muito em jogar, ganhar dinheiro, essas coisas. Só queria me divertir e até hoje jogo assim. Fica bem mais fácil e tranquilo.
CR: Quando ingressou no esporte tinha noção de que chegaria tão longe? Pra você era apenas brincadeira, ou coisa séria mesmo?
VJ: Tinha apenas seis anos. Joguei salão até meus 10 anos. Uma criança nessa idade só quer saber de correr atrás da bola, de brincar. Sempre foi uma paixão, o que mais gostava e gosto de fazer. Foi virando coisa séria com o tempo, porque vi que era realmente isso que queria para a minha vida. Mas o que me ajudou foi o suporte que eu sempre tive da minha família.
CR: Você treinou no Canto do Rio um período razoável. Você tem boas lembranças dessa época?
VJ: Tenho lembranças muito boas, até porque foi onde dei os primeiros passos no futebol. Eu mal poderia saber que era o início de uma carreira. Meus pais tinham muitas dificuldades para me levar aos treinos, não foi muito fácil. Mas, graças a Deus, sempre tive o apoio da minha família e estou realizando esse sonho junto com eles.
CR: Você considera que o período que treinou no salão contribui com a sua formação como atleta? Acredita que essa agilidade que tem hoje foi adquirida também nas quadras?
VJ: O salão foi muito importante para eu aprender e melhorar em todos os sentidos. Dribles curtos, pensamento rápido, ações de momento. Aos poucos, tudo isso foi passando para o campo e fui evoluindo.
CR: Seu antigo treinador (Patinho) sempre te elogiou muito e disse que você era um garoto muito tranquilo, mas também muito “fominha”. Você considera essa afirmação justa?
VJ: Isso que ele fala é verdade: eu era muito fominha, mas fui melhorand nesse aspecto e sou muito grato a ele. Lembro também que, quando eu não passava a bola pra ninguém, ele me fazia treinar com uma bola debaixo do braço ou me colocava para jogar contra todos [risos].
CR: Temos no clube o troféu e fotos da Copa Niterói da Liga Niteroiense de desportos de 2007, onde você e equipe ganharam o título do sub-7. Lembra o que a taça representou pra você naquela época?
VJ: Eu lembro muito pouco daquela época, eu era muito pequeno. Só lembro que comemorei muito uma vitória de 3 a 1 sobre o Rio Bonito.
CR: Hoje no clube temos mais de 200 meninos que integram as divisões de base e sonham um dia trilhar o mesmo caminho que você. Deixe uma mensagens para eles.
VJ: Quero passar para cada um deles que nunca desista dos seus sonhos, porque Deus tem um propósito na vida de cada um. Eu não desisti do meu e saí do Canto do Rio para o mundo. Tudo é possível.
Veja nesse vídeo o craque ainda muito novo, atuando em nosso ginásio pela categoria chupetinha. Confira também abaixo o recado que o Vinícius deixou para os nossos meninos:
Reportagem: Jaqueline Freires / Fotos: Staff Images/ Flamengo | Arquivo Canto do Rio